LEITURA NA ERA DIGITAL

LEITURA NA ERA DIGITAL

Você costuma ler e-books? Qual e-readers você utiliza? Ou você nunca ouviu esses termos antes? Tranquilize-se, pois segundo pesquisa encomendada pelo Instituto Pró-Livro ao IBOPE,  70%  da população brasileira nunca ouviu falar dos livros eletrônicos (livro digital ou e-book), um livro em formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos tais como : computadores, leitor de livros digitais, tablets ou até mesmo celulares que suportem esse recurso. Em contrapartida, ainda, segundo pesquisa,  cerca de nove milhões de pessoas já leem livros digitais no Brasil, o que é pouco pois representa apenas 5% dos brasileiros.

O constante e rápido avanço tecnológico vem produzindo mudanças na sociedade, alterando o padrão de comportamento da população em vários segmentos, entre eles, no que diz respeito à leitura e, consequentemente, sua forma de consumo.

As livrarias Saraiva, Fnac e a Livraria Cultura, para citar alguns exemplos, vendem livros digitais e mais, chega ao Brasil grandes livrarias virtuais como a Amazon, Google Play e a iBookstore, da Apple .De acordo com a Câmara Brasileira do Livro, há cerca de dez mil títulos em formato digital atualmente no Brasil. Mas este número não para de crescer e para ler esses arquivos digitais, já há vários e-readers(leitores) à venda como o Kindle e Kobo.

Você que faz parte dos 30% da população, prefere livro digital ou em papel? Não sabe responder ainda? Pois saiba que esse assunto divide opiniões e paixões! Há os que são fãs do livro em papel pois gostam do conjunto da obra, mais do que o conteúdo, a textura, a diagramação e até o cheiro mexem com suas emoções e intimidade quando está lendo, é tudo um ritual, uma sensação, virar a página.... no entanto, tem gente que está atrás de facilidades e praticidades como a portabilidade, eles podem ser facilmente transportados, acesso rápido a obras, poder baixar um trecho do livro antes de comprá-lo verificando se tal obra irá agradar ou não, gratuidade de cinco mil títulos de autores clássicos como Machado de Assis e Eça de Queiroz,  sem contar que é ecológico, sustentável...

O que você acha? Vai adotar os livros digitais, ou não abre mão dos volumes em papel? De qualquer forma, os e-books não representam ameaça aos livros em papel. A perspectiva é de que real e virtual vivam em harmonia e o livro digital seja apenas mais uma forma de incentivar a leitura; nunca de substituir o papel. O importante é ler e ler muito. O ato de ler oferece a possibilidade de aprender, conhecer, crescer, melhorar e modificar concepções, conceitos, informações e transformar tudo isso em uma vida diferente, com muito mais sentido e visão de mundo.

O que se questiona é até que ponto essa tecnologia  irá contribuir para aumentar o interesse do brasileiro e em especial do estudante pela leitura, já que o Brasil está no ranking dos países que leem pouco. O e-book será um estímulo maior à leitura já que esse hábito está diretamente relacionado ao acesso aos livros? Ou que conta realmente é o comportamento social? Uma cultura que precisa ser revista, uma vez que precisamos ter acesso aos livros para vivermos com dignidade a era do conhecimento.

O incentivo às práticas leitoras para quem ainda não adquiriu o hábito de ler, precisa ser reforçado pelo outro, através de conversas sobre o que leu, informações, dicas de leituras para que a pessoa possa interessar-se e começar a ler.  Ler, portanto, é um comportamento que precisa ser ratificado  pelo outro, e é na escola o melhor espaço para que essa prática ocorra em continuidade ao que foi iniciado na família. Cabe, portanto, aos professores oportunizarem constante e sistematicamente esses momentos para garantir o desenvolvimento do gosto pela leitura que levará à formação do hábito de Ler.

 “livros não mudam o Mundo, quem muda o Mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.”

                                                           Mário Quintana

                                                                                                  Professora: Cláudia Tesser
                                                  Artigo publicado no Jornal Folha da Produção/21/02/2013